Como vencer as dores de crescimento e transformar desafios em evolução

Aconteceu 26/07/2025

Crescer é o sonho de quase toda empresa, mas poucos estão preparados para lidar com o que esse crescimento exige. Quando a expansão acontece sem o devido amadurecimento da cultura, da estrutura e das lideranças, os sintomas aparecem rápido: ruído entre áreas, decisões travadas, sobrecarga nos líderes e um sentimento de que tudo está sempre urgente e improvisado.

Foi sobre isso que falamos na última aula aberta da Consense. Um encontro gratuito, conduzido por Anderson Siqueira, fundador da Consense, para discutir o que está por trás das dores mais comuns enfrentadas por empresas em expansão e, principalmente, como superá-las de forma estruturada.

Logo no início, uma pergunta provocadora nos convidou à reflexão: afinal, o que é crescer? Muitos empresários associam crescimento a números: faturamento, pessoas, novos clientes. Mas esses indicadores, por si só, não sustentam um negócio no longo prazo. Os dados apresentados confirmam o alerta: 60% das empresas brasileiras fecham antes de completar cinco anos (IBGE) e, entre as sobreviventes, 90% dos líderes apontam dificuldades de gestão como principal desafio (SEBRAE).

Crescer em volume sem evoluir em maturidade tem sido a receita para o colapso

A aula apresentou três histórias reais de empresas em momentos distintos: uma indústria que multiplicou seu faturamento, mas se viu sufocada por processos frágeis e liderança despreparada; uma construtora familiar lidando com o desafio da sucessão e a tensão entre o novo e o tradicional; e uma corretora de investimentos cujo futuro está ameaçado pela dependência extrema da figura do fundador. Três retratos diferentes, mas com um denominador comum: o crescimento não foi acompanhado pelo amadurecimento organizacional.

Foi aí que surgiu um dos principais insights do encontro: crescer é diferente de amadurecer. Crescer é ampliar mais gente, mais receita, mais demandas, amadurecer é investir com intencionalidade na estrutura, cultura e lideranças. Um movimento é visível e costuma ser muito perseguido; o outro é silencioso e exige intenção.

Ao longo da aula, mostramos que muitas empresas caem na armadilha de romantizar o crescimento e negligenciar o amadurecimento. O sucesso comercial mascara ineficiências, e a cultura da urgência impede reflexões mais profundas. Quando se percebe, o que era dor de crescimento vira sintoma crônico: líderes exaustos, operações desalinhadas, estratégias que não saem do papel.

Para apoiar as empresas a saírem desse ciclo, foram apresentadas duas abordagens práticas usadas pela Consense em seu dia a dia. A primeira é desenvolver consciência do crescimento: enxergar os sintomas não como fracassos, mas como sinais de que a empresa está pronta para dar um novo salto, agora com mais consistência. A segunda é cultivar consciência do contexto: adotar uma visão sistêmica, entender padrões ao invés de buscar culpados, subir o drone e olhar para além da operação, conectando-se às mudanças do mercado e às novas exigências do ecossistema.

Essas duas lentes são o ponto de partida para aplicar ferramentas mais robustas. Compartilhamos com os participantes os modelos FACES e RPV, ambos criados para apoiar o diagnóstico da maturidade organizacional e de sua capacidade de evoluir para além de crescer.

O modelo FACES convida a olhar para a empresa por três dimensões: estratégia, cultura e organização. Já o modelo RPV, inspirado em Clayton Christensen, propõe que toda empresa é sustentada por três pilares: recursos, processos e valores. A combinação dessas abordagens permite mapear com mais clareza os verdadeiros gargalos do negócio, evitando soluções paliativas.

A aula completa está disponível no canal da Consense no YouTube

Os dados do nosso estudo “Dores de Crescimento”, que analisou mais de 4.500 profissionais em mais de 80 empresas, reforçaram tudo isso com números. Enquanto 31,4% das empresas se saem bem nas dimensões voltadas para o mercado, apenas 13,7% demonstram solidez interna em temas como estrutura e processos. Termos como “falta de clareza”, “centralização” e “sobrecarga” aparecem com frequência nas falas dos colaboradores, revelando que os sintomas são recorrentes, mas pouco enfrentados de forma estruturada.

Encerramos o encontro com uma provocação: por que tantos negócios ignoram o amadurecimento? A resposta é multifacetada. O modelo mental dos fundadores, muitas vezes forjado na prática, privilegia a ação rápida. O amadurecimento, por sua vez, é invisível, intangível e sem indicadores fáceis de mostrar. Soma-se a isso a falta de repertório, a ausência de pressão externa e uma cultura que romantiza o improviso. O resultado é um crescimento desorganizado, que esgota pessoas e compromete a longevidade da empresa.

Mas existe outro caminho. Um caminho mais consciente, estruturado e intencional. A boa notícia é que ele começa com um simples movimento: parar para olhar. Enxergar o que sustenta de verdade o crescimento. E decidir fazer diferente.

Baixe também o estudo completo “Dores de Crescimento” e conheça os modelos FACES e RPV.

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