Propósito, empatia e governança como pilares da evolução do negócio

Governança 02/12/2025

Há trajetórias empreendedoras que explicam, sem esforço, por que tantas pequenas e médias empresas crescem antes de amadurecer. Histórias que começam com um insight legítimo, atravessam improvisos necessários e só depois descobrem que nenhum negócio se sustenta apenas na força e inquietação da sua origem.

Foi exatamente esse aprendizado que ficou depois da conversa com Claudia Alcantara, fundadora da Cadiveu Professional, no novo episódio do ConsenseTalks. Uma liderança que conseguiu evoluir seu negócio de forma expressiva e ainda mantém acesa a chama da inquietação empreendedora consigo.

A inquietação de Claudia não é diferente daquela que encontramos com frequência nos nossos diagnósticos: o impulso de resolver um problema real, de encontrar um caminho próprio, de experimentar até que algo funcione. Mas, ao longo da conversa, ficou evidente que essa inquietação só se transformou em evolução quando encontrou propósito e estrutura para se sustentar.

É curioso como alguns elementos da história da Claudia se conectam com temas que discutimos recorrentemente na Consense. A experiência traumática dela aos nove anos, quando um cabeleireiro seguiu a tendência da moda ao invés de olhar para ela como indivíduo único, é praticamente uma metáfora de tudo aquilo que falamos sobre empresas que executam no automático, guiadas por fórmulas ou por um passado de acertos que deixam de fazer sentido quando o contexto muda.

É o mesmo movimento que vemos em empresas que insistem em repetir práticas bem-sucedidas em outros momentos da jornada, como se desempenho fosse um trilho fixo, e não um sistema vivo que pede interpretação, não repetição.

Esse ponto aparece com força quando ela descreve a Cadiveu não como uma marca “de produtos”, mas como uma marca que nasce da empatia como método. Não a empatia abstrata, decorativa, mas a empatia que investiga: observar, ouvir, perguntar sem conduzir respostas, perceber o que a cliente faz e não o que ela diz fazer.

É exatamente a lógica do design inteligente do trabalho que discutimos recentemente: boas soluções não começam no “que eu quero lançar”, mas no “o que realmente dói para quem vive o problema no cotidiano”.

E é impossível não relacionar isso ao movimento que muitas empresas em crescimento tentam fazer quando buscam tendências de mercado como um atalho para inovação, comportamento que a própria Cláudia relata ter experienciado, quando uma linha inteira foi construída seguindo cartilhas tradicionais e fracassou, justamente por ignorar algo elementar: tendência não é verdade; cliente, sim.

Ao mesmo tempo, a história revela a inevitável segunda virada da jornada empreendedora: aquela em que o negócio deixa de caber apenas no impulso fundador e passa a depender de processos, escolhas e governança.

O crescimento internacional da Cadiveu, os erros de contratação, os atritos de comunicação, a convivência entre vida pessoal e sociedade. Tudo isso que ela expõe com tanta franqueza é praticamente um estudo de caso das dores de crescimento que mapeamos nos últimos dez anos. Inclusive, faça o download do estudo completo aqui.

Não por acaso, Cláudia descreve o momento em que a empresa começou a estruturar RH, sistemas decisórios e rituais de governança como um divisor de águas. Esse movimento, que vemos tantas empresas adiarem, tem sempre o mesmo efeito: a conversa deixa de girar em torno de opiniões individuais e passa a se apoiar em sistemas que organizam o que antes dependia de vontade, esforço ou carisma.

Por fim, vale destacar a capacidade da Claudia de transformar inquietação em contribuição real para clientes. Seu desejo de ajudar outras pessoas a realizar projetos é algo admirável e que diz muito sobre o sucesso da Cadiveu.

Para quem lidera uma PME em expansão, esse episódio funciona como uma espécie de espelho invertido: revela o quanto da nossa força inicial pode, e precisa, ser reorganizada para que o negócio permaneça coerente com sua visão. E mostra que, em algum momento, toda empresa precisa responder a uma pergunta simples, mas definitiva: até onde a minha inquietação me leva sem estrutura e o que só a estrutura permitirá que eu realize?

 

🎧 Assista ao episódio completo:

 

 

📥 Baixe o estudo sobre as dores de crescimento das pequenas e médias empresas

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