“Se eu for aí, eu acho”

Aconteceu 27/03/2024

Quem nunca ouviu a mãe falar isso, muitas vezes como uma ameaça, caso achasse?

Neste momento as mães ensinaram seus filhos e filhas que ela sabe tudo o que se passa na casa, que ela dá conta de tudo, mas, revelaram também, com o famoso “Tudo eu!!”, a sobrecarga imposta por estas demandas.

Quem nunca ouviu estas famosas frases, não é mesmo?

Ao longo do tempo as mulheres passaram a ocupar novos e desejados espaços, atuando no mercado de trabalho ou empreendendo. Mas o que se vê hoje é a prevalência de questões relacionadas à saúde mental no público feminino.

E isto se deve a vários fatores.

As mulheres ainda fazem parte de um grupo minoritário em oportunidades disponibilizadas para cargos de liderança e alta liderança, ainda que já seja notório como mulheres nesta posição aumentam o lucro das organizações e imprimem uma liderança mais humanizada, que aumenta o engajamento dos times e reduz o passivo trabalhista. Os mais genuínos protocolos ESG.

No ambiente corporativo, a proporção de mulheres que cobram de si mesmas que estejam mais qualificadas para aplicarem para um cargo já à sua altura é de 3 para 1 em relação aos homens.

Desde pequenas, meninas são menos estimuladas a brincar de cientista, engenheira e demais profissões historicamente consideradas um território masculino, sendo um dado estatístico que a partir dos seus 7 anos elas deixam de receber presentes com alusão às experiências profissionais tidas como masculinas.

Resulta que, culturalmente, mesmo em famílias com boa distribuição de tarefas, ainda cabe à mulher elencar o que precisa ser feito e quem vai fazer. E ainda é observado que, culturalmente, filhos tendem a não interromper o pai em seu trabalho na busca de soluções para alguma questão doméstica ou escolar. É maior a probabilidade que o façam com a mãe.

Mulheres também são mais cuidadoras e tendem a dar atenção aos pais idosos, aos familiares e aos amigos que estejam necessitando de apoio, deixando suas próprias necessidades em segundo plano.

Tudo isso se desdobra então na tão falada sobrecarga mental.

E a sobrecarga mental vem aumentando fortemente os índices de Burnout em mulheres. Uma realidade que não pode ser jogada para debaixo do tapete às escusas do título – ultrapassado e incorreto – de sexo frágil.

Do berço ao ambiente corporativo, é importante trazermos à luz uma maior igualdade, preservadas as diferenças naturais entre os gêneros, que nos tornam tão únicos. A autorresponsabilidade sobre o gerenciamento da vida deveria começar em casa, quando todos deveriam ajudar, já que todos se beneficiam de tudo o que acontece e que é entregue ali.

Neste mês dedicado às mulheres, meu desejo é que tudo comece por nós mesmas.

Que nós saibamos nos posicionar, que saibamos olhar para nossas vulnerabilidades com mais gentileza e que deixemos de aceitar menos do que merecemos.

Denise Braga é Hipnoterapeuta especializada em Burnout, Mentora de mulheres aplicando as especializações em ESG e Chief Happiness Officer.

Fonte: ONU Mulheres, ONU Mulheres Brasil, Business Harvard Review

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