Hoje em dia, falamos muito sobre inovação. Palavra-chave das reuniões de diretoria ou entre os jovens que adentram o mercado de trabalho, a tão sonhada inovação é a vedete das conversas, dos currículos, dos casos de sucesso e das propostas de trabalho. Um ingrediente mágico, com poderes de criar novas possibilidades em um mundo insosso e igual (na vista de muitos).
Não simpatizo com modismos, mas antes de descarta-los ou incorporá-los (sim!) é preciso olhar atentamente, entender e construir um pensar crítico e sistêmico sobre. Não há dúvidas de que existe muito material sobre o assunto, bons e ruins. Porém, é fato: a inovação é um caminho natural para quem entendeu que o mundo não é um aquário de água parada, mas um grande oceano, orgânico e mutável.
Partindo-se deste princípio, é importante refletir sobre o que é a inovação. E a primeira conclusão que cheguei estudando o tema, é que ela não é um privilégio do ser humano. A natureza, desde a sua menor unidade é inovadora. E esse tipo de observação nos faz entender melhor o que significa inovar. A transformação pela qual passam os elementos químicos, por exemplo, na esperança de ser mais do que são, pode ser entendida como um processo de inovação.
O oxigênio e o hidrogênio, são exemplos eleitos! As flores e as frutas, a luz e a fotossíntese, o oxigênio e as nossas células. Todos mostram que a nossa realidade é inovadora, pois se relacionam para perpetuar a vida, para manterem-se capazes de inovar e inovar. E aqui mora o grande segredo, sutil, mas sofisticado da inovação. Ela não é um objetivo em si, que se finaliza. Ela é orgânica e vertiginosa, tem um propósito maior e conectado com o todo. Um processo essencialmente químico e biológico, mas também humano e social.
A inovação precisa ser encarada como um movimento natural, assim como lá fora. A grande diferença está no ambiente criado para que ela esteja presente, pois ao entende-la, empresarialmente falando, como a capacidade de sustentar UMA personalidade corporativa baseada nas essências individuais, percebemos que não se trata apenas de planos estratégicos, procedimentos, tecnologias e metas. Afinal de contas, não é colocando hidrogênio e oxigênio lado a lado que temos a água, o que é muito perigoso inclusive.
Podemos então dizer que, assim como no caso da água (Hidrogênio e oxigênio), o ambiente é o que fará diferença no processo de inovação e não um plano para atingi-la. Ora, mas qual é o ambiente natural para o ser humano inovar? Cabem aqui muitas reflexões, porém, ao compreendermos que somos seres relacionais e emocionais, podemos entender que este ambiente deve promover um sentido grandioso, deve conhecer as individualidades e suas potencialidade e, mais ainda, deve olhar a realidade como um grande oceano, que muda o tempo todo. e diferente do deserto, que também muda constantemente, é cheio de vida, de cores e possibilidades. Questão de olhar e de escolha de qual mundo queremos viver e de qual favorece o exercício da nossa origem e da nossa essência criativa.
Anderson Siqueira