Existe um sentimento comum no meu histórico de clientes: o medo de ter a reputação abalada. A pergunta que sempre faço é: Você quem construiu sua reputação ou ela foi erigida aleatoriamente ao acaso das vicissitudes da vida?
A resposta é sempre uma forte dúvida, pois – em seus alvoroçados cotidianos – poucas vezes param para pensar estruturadamente sobre qual é a reputação pela qual querem ser reconhecidas e zelar. A partir desta reflexão iniciamos um trabalho de FORJA*, transformando reputação vulnerável em imperturbável, firme e serena.
Começamos por dentro, pelo fascinante mistério interior de nossas misérias e encantamentos – porque somos melhores do que imaginamos e piores do que alcançamos imaginar. A veracidade é a pedra fundamental da reputação autêntica. Nada é obstáculo, tudo é acicate para crescimento e prosperidade quando sedimentado em solo fértil.
Se a pessoa não desenvolve – ordenada e conscientemente – o seu caráter, ela sempre ficará à mercê de uma reputação frágil.
Aquele que sabe que É não tem medo.
Aquele que sabe que é honesto, moderado, prudente, forte, disponível, disposto para o bem, corajoso, justo, piedoso, firme nos valores.
Aquele que sabe-se assim, pois medita constantemente sobre como ser melhor, aquele que enfrenta de frente suas mazelas e mesquinharias, almejando conhecê-las para apequenarem-nas e convertê-las em luta garrida a caminho da magnanimidade.
Porque existem verdades e uma delas é: não é bom ser ruim.
Não é bom ser desleal, não é bom ser fingido, desonesto, incorreto, preguiçoso.
Não é bom mentir.
Pode até ser que num primeiro momento você enxergue vantagens, mas esta é uma visão amputada da beleza e potência do ser humano.
Nascemos para o bem, para o belo, para a verdade.
Não à toa tantos falam sobre luz e trevas. Existe um senso comum que sabe disso. Mas a vida corrida que assola muitas vezes nossa capacidade de pensar, decidir com calma e olhar para o céu (pausar!), nos faz cometer equívocos por vezes irremediáveis para a alma. E a alma é o que nos diferencia de todos os outros seres vivos.
A alma é sedenta pelo calor e alegria da luz.
Pequenas escolhas erradas, motivadas por impulso ou modismo, podem impactar substancialmente em nosso estado de humor.
Você foi feito para viver com bom humor. Bom humor que traz força para tomar decisões corretas, que traz lucidez para não enxergar as coisas nubladas, que traz estabilidade de emoções. Bom humor que é capaz de te instalar na realidade e te inspirar a crescer em virtudes, a crescer em agradecimento, a crescer em luminescência.
Meu trabalho não é místico, muito pelo contrário, sou influenciada por filósofos tradicionais – principalmente Aristóteles – que deixou um legado singular ao nos ensinar a viver a vida ordinária de forma extraordinária.
Por isso quero trazer uma visão ainda mais prática sobre o título deste artigo: “Reputação começa por dentro.”
Algumas perguntas que podem ajudar a vislumbrar a possibilidade de edificar uma reputação inabalável:
- Cumpro minha palavra? Ou ao menos realinho as expectativas quando não consigo cumprí-las? Busco ser impecável nas minhas promessas?
- Reflito ao fim do dia as decisões que tomei e busco fazer reparos, quando necessário?
- Sei quais são os meus valores pessoais inegociáveis? Aqueles que norteiam as minhas escolhas?
- Medito sobre minha vocação em todos os domínios da vida: pessoal, profissional, espiritual?
- Tenho disposição verdadeira para escutar as pessoas?
- Faço o que devo fazer? Ou sempre fico me enganando, deixando a preguiça vencer, e fazendo todas as outras coisas que são importantes mas não são as mais importantes?
- Busco – com intenção – ficar feliz pelas conquistas alheias? Ou percebo que muitas vezes ainda existe um incômodo por conquistarem algo e eu não?
- Destempero-me diante comida, bebida, dinheiro ou sexo?
- Sou fiel?
- Fico irritado e deixo a ira me dominar com facilidade, várias vezes ao dia?
- Sou corajoso? Sou corajoso no grande e também nos pequenos desafios da vida – até naqueles mais corriqueiros?
- Falo mais ou menos do que deveria?
- Sou firme para corrigir quem eu vejo que está indo por um caminho errado? Ou prefiro manter o clima de “bom coleguismo”.
- Busco atuar com justiça, lembrando que o conceito de justiça não é igualdade para todos, mas sim dar ao outro o que lhe é devido?
- Ajo prudentemente diante da vida? Busco analisar as situações, ser humilde e pedir ajuda, e então decidir e agir?
- Gosto de sempre fazer o melhor possível?
- Tenho uma disposição de abertura para aprender, de querer enxergar com olhos lúcidos a realidade e de forjar meu caráter para o bem?
Sempre digo aos meus clientes: Para você ser reconhecido como gostaria, você precisa ser.
E o verbo ser é para Seres Humanos.
E você? Está sendo o que gostaria de ser?
Karla Teixeira é mãe de Lara e Luan, Relações Públicas, entusiasmada e comprometida com o resultado. Atuou em multinacionais por 12 anos, empreendeu uma agência de comunicação por 8 e há 10 anos dedica-se para o desenvolvimento humano, especialista na formação de reputação e liderança.
Instagram: @akarlateixeira