O que deve ser considerado na hora de cultivar a visão do todo na organização?
Convenhamos: a chegada da tecnologia e a globalização trouxeram mudanças drásticas no jeito em que vemos, pensamos e fazemos nosso trabalho.
Nos dias do século 21, tarefas simples e automáticas, como rosquear parafusos em uma linha de produção, passaram a ser função de máquinas. E para os humanos, foi designado lidar com a complexidade: criar soluções criativas e inovadoras para os novos desafios, que se multiplicam.
Diante da mudança, o pensamento sistêmico entra em cena, de forma cada vez mais evidente. Cresce o número de empreendedores e líderes percebem que instituições são complexas, que precisam ser entendidas e vivenciadas como tal. Buscam, portanto, entender qual o melhor caminho para estar alinhado com este cenário.
Para atender o desafio de desenvolver visão sistêmica nas empresas, é possível focar em duas áreas de influência:
Influência interna
Gosto de relembrar que desenvolver visão sistêmica em empresas, é uma construção refinada diariamente. Portanto, de forma interna, o influenciador deve sempre ter em mente, pelo menos, quatro palavras: conexão, profundidade, empatia e comunicação.
Tudo começa na conexão. Nada está isolado. Os resultados, as pessoas, o mercado, os clientes. Tudo está conectado: faça desse o seu mantra. Parta do princípio de que tudo tem um “de onde”, um “como”, um “porquê”. Não tenha medo de fazer estas perguntas, quantas vezes for preciso.
É necessário abrir espaço para a profundidade. Diante do que é complexo, boas soluções, normalmente, não estão na superfície. Embora seja um caminho mais longo, é mais assertivo focar qual é a real situação do que ficar apenas tratando indícios. Afinal, é melhor descobrir o que causa o incêndio do que apenas ficar apagando focos isolados.
Esteja preparado para exercer empatia. Nenhum sistema empresarial está destituído de pessoas. E elas, em sua essência, já são complexas. Suas emoções, propósitos, frustrações, ideias e sonhos sempre estarão presentes. E isso é, na verdade, algo bom. Nosso lado humano nos permitiu chegar até aqui e continuará permitindo o nosso avanço.
Por fim, é impossível aperfeiçoar visão sistêmica em uma empresa sem torná-la pública e preciosa. É preciso que haja comunicação aberta e clara. Comunique e demonstre que a riqueza, e em alguns casos, o sucesso do processo está em focar não só nos elementos, mas nas interações. Além disso, a comunicação é, sem dúvida, o elemento básico tanto para alguns dos principais problemas como para quase todas as soluções.
O influenciador deve sempre ter em mente, pelo menos, quatro palavras: conexão, profundidade, empatia e comunicação.
Influência externa
Em muitos casos, o influenciador empresarial pode e deve contar com o auxílio e o estímulo externo Assim, ele poderá para apurar sua visão sistêmica até que se sinta capaz de enxergar o todo e suas conexões com assertividade.
Duas leituras que recomendo estão nos livros “A Quinta Disciplina”, principal obra de Peter M. Senge, e “Empresa de Corpo, Mente e Alma”, do autor brasileiro Roberto Tranjan. Ambos trazem visibilidade dos benefícios em ter pensamento sistêmico aplicado na realidade das companhias. Para projetos de menor escala, o influenciador também pode obter conceitos e ferramentas através de workshops e treinamentos e aplicá-los diretamente na empresa.
Para projetos de implementação em maior escala, entretanto, as consultorias são o melhor caminho a seguir. A experiência de mercado, somado ao conhecimento técnico aprofundado, permitem às empresas especializadas diagnosticar as principais fraquezas e pontos cegos da companhia oriundas de um desenvolvimento fraco de visão sistêmica.
Agora, mãos à obra!
Um forte abraço,
Anderson Siqueira
Idealizador e Educador na Consense Educação para as Relações