Em junho de 2020, seis anos. O tempo passou e eu nem percebi, para falar a verdade. Mas estamos aqui, após diversos desafios, conquistas e aprendizados, comemorando mais um aniversário deste organismo chamado Consense.
Acredito que toda jornada empreendedora seja única. O que nos permite encontrar muita riqueza no compartilhar das diversas histórias vividas. Insights que podem ser valiosos para alguns e também um alento os que estão cansados.
A Consense é mais uma destas jornadas. Uma ideia viva, alicerçada no propósito de transformar a maneira como as pessoas empreendem, lideram e trabalham. E, agora, quero compartilhar um pouco do que aprendi trabalhando por este propósito nos últimos 72 meses.
A experiência é caótica, não é linear
Os seis anos de Consense não estão considerando o fato de que eu sou empresário há quase dez. Em minha experiência anterior, iniciada com 23 anos, percebi o quão agressivas as pessoas podem ser ao dar mais espaço para os mitos da idade do que para o impacto das contribuições.
Hoje, mais velho, aprendi que existe muita riqueza no tempo que se vive tanto quanto existe na profundidade e intensidade com a qual se vive. As experiências da vida e o nosso aprendizado com elas não é linear e cumulativo. É mais para caótico. E as contribuições acontecem a partir da intenção genuína de contribuir. Em qualquer idade e por qualquer pessoa.
Negócio não é só ação, é também contemplação
Como empresário, trabalha-se muito. Tem que dar o sangue, como dizem por aí. Especialmente no início do negócio, quando é preciso atuar de forma multifacetada e “segurar todos os pratos”. Todavia, com o tempo, acabamos nos acostumando apenas com este modelo de trabalho. Ele é usado para lidar com os desafios, com as pessoas, com as crises, com tudo.
Aprendi que negócio também é contemplação, não apenas ação. É se colocar em perspectiva e olhar de forma objetiva e subjetiva para si e para o sistema vivo e complexo do qual somos parte. Permitindo-se observar, sem inferir ou julgar. Atentando-se às coincidências significativas mais do que às causas e aos efeitos. Dando espaço para as reflexões e, com elas, para a evolução.
A Consense não é o Anderson Siqueira
O carinho e a relação que construímos com um negócio é forte o suficiente para permitir achar que somos a mesma coisa. Em vários momentos, me vi associando rejeições à Consense a mim mesmo, da mesma forma que seus os sucessos e as conquistas.
Aprendi que é preciso sim se reconhecer e abrir espaço para uma celebração genuína de suas conquistas. Entretanto, aprendi também que a Consense não é, em sua complexidade, o Anderson. E o Anderson não é, em toda a sua complexidade, a Consense. Nossas conquistas, apesar de interligadas e interdependentes, são diferentes. E existe muita vida além da Consense para ser vivida.
Um combo de aprendizados
Se você esperava uma lista de aprendizados sobre administração e estratégia, não foi dessa vez. Resolvi compartilhar aquilo que acredito revelar a minha perspectiva.
Após esse tempo todo, entendi que empreender é um papel pessoal atrelado ao desejo de promover transformações sociais. Fica então, minha provocação para os próximos seis anos: sobre quais aprendizados falaremos quando, enfim, pudermos nos orgulhar pelo cumprimento desse papel?
Anderson Siqueira – Aprendiz nesse organismo vivo chamado Consense