Como o pensamento sistêmico contribui para a saúde das empresas
Sistemas, tarefas, cliente, colaboradores, produtos, mercado e algumas outras palavras podem ser consideradas o dicionário básico do mundo corporativo. São termos usados e repetidos quando falamos de trabalho. E, pegando emprestado, alguns termos da culinária, podemos até chamá-las de massa do bolo corporativo. Os recheios – os tipos de negócios – serão os mais diferentes possíveis, mas as massas, normalmente, são muito parecidas entre si.
E quem cozinha sabe: bolos podem dar muito certo ou muito errado. Isso se deve a vários fatores, mas um deles é a falta ou o uso errado do que chamamos de elemento de ligação: algo que una os demais ingredientes e atue ativamente na transformação de componentes separados numa única massa. [sc name=”texto-colorido” texto=”No caso das empresas, essa liga fica por conta da visão sistêmica.” ] [sc name=”texto-destacado” texto=”Aplicar visão sistêmica é entender que, em muitos casos, as situações mais aparentes são apenas sintomas, e não causas reais. E, nesses casos, é necessário cavar mais fundo para encontrá-las.” ]
Mas, para entender melhor, vamos ao início. Depois que Galileu Galilei contou ao mundo que a terra não era o centro do sistema solar, uma revolução se desencadeou. A partir dela, a ciência decidiu que colocaria sua força de trabalho naquilo que pode ser medido, quantificado e analisado separadamente.
Com o passar de [muitas] décadas, a ciência percebeu que, este modelo, apesar de bom, era incompleto. [sc name=”texto-colorido” texto=”Com ele era possível determinar a aerodinâmica exata das asas de um pássaro, mas não explicar por que ele escolhe voar ou não. O universo se demonstrou complexo e, para responder a essa complexidade, surgiu o pensamento ou visão sistêmica.” ]
Mas o que toda essa conversa tem a ver com o seu e o meu dia a dia de trabalho?
[sc name=”texto-destacado” texto=”Empresas são formações complexas, inseridas em um contexto não menos complexo. Assim, todas aquelas palavras que citamos como dicionário estão interligadas umas às outras de diversas formas.” ] Vejamos: empresas são feitas de colaboradores, cumprindo tarefas através de sistemas para entregar um produto para um cliente, inserido em um mercado. Se qualquer um destes elementos sofre uma mudança, toda a cadeia sofre com ele. Para ter saúde corporativa, isso sempre deve ser levado em consideração. [sc name=”texto-colorido” texto=”Aplicar visão sistêmica é entender que, em muitos casos, as situações mais aparentes são apenas sintomas, e não causas reais. E, nesses casos, é necessário cavar mais fundo para encontrá-las.” ] Vejamos um exemplo: em um de nossos diagnósticos, encontramos uma empresa com grande dificuldade de fazer sua entrega no prazo. Uma situação que gera desgaste com clientes e queda na credibilidade do serviço.O líder analítico terá a tendência a ver o caso apenas como um [grande] problema a ser resolvido e tentará criar soluções a partir daí: talvez deva mudar os prazos ou motivar mais a equipe. O líder sistêmico, por sua vez, vai tender a investigar mais fundo, enxergando a cadeia como um todo: este pode ser um sintoma de dificuldade de comunicação e integração entre áreas ou falhas de fluxo informacional. [sc name=”texto-colorido” texto=”Atacar o problema, ao invés do sintoma, é garantia maior de assertividade, na situação atual e nas que podem vir futuramente.” ] [sc name=”texto-colorido” texto=”Portanto, ter visão sistêmica nos ajuda a entender a relação de causa e efeito dentro das empresas.” ] Quando ela não está presente encontramos líderes e empreendedores situados em terreno perigoso. Normalmente, eles que não possuem a clareza de que o que é palpável dentro da companhia – os resultados, o dinheiro, o estoque, o patrimônio – vem daquilo que não é palpável – pessoas, ideias, estratégias, propósitos e objetivos.
Ainda assim, sabemos que esta não é uma massa de bolo simples de se preparar. É necessário praticar diariamente o enxergar a empresa como um todo, um único organismo, que possui várias partes conectadas.
E você? Já usou visão sistêmica hoje?
Anderson Siqueira
Idealizador e educador na Consense Educação para as Relações