O título parece um tanto confuso, eu sei. Mas, se caminharmos juntos por alguns minutos, acredito que, no final, você há de concordar comigo.
Nos últimos tempos, venho refletindo sobre coisas que são parecidas, soam parecidas, mas na verdade estão em campos bem distintos. Uma dessas divergências está nos termos perder e deixar de ganhar.
E, especialmente quando estamos falando de empresas e negócios, estes dois conceitos estão de fato em mundos totalmente distintos. Porém, a experiência na Consense tem me feito perceber que nem sempre as pessoas – inclusive os empresários – notam a diferença.
Perder é ter algo tirado de si. Nota-se quando acontece. Afinal, quase ninguém gosta de perder. Sofremos, iramos e outras reações do tipo. Mas, deixar de ganhar é muito mais sutil. E aí está o segredo. Enquanto perder, na maioria dos casos, é um tanto óbvio e aparente, muitas vezes não notamos quando deixamos de ganhar.
Talvez seja essa visão escassa que ao longo do tempo alimentou frases como “em time que está ganhando não se mexe”. Afinal, se está ganhando, não está perdendo, não há punição. Mas, e se estiver deixando de ganhar ainda mais?
Não estamos perdendo dinheiro ou mercado, mas estamos deixando de ganhar?
Não estamos mal no relacionamento com clientes, mas onde poderíamos estar ainda melhores?
Nossa equipe é boa, mas em quais áreas poderia crescer ou desenvolver?
Acredito que isto tem a ver com o fato de que, na maior parte do tempo, a nossa mente – nossa, por que me incluo no padrão – está mais ocupada com o passado/presente do que com presente/futuro. Assim, perdemos um tanto da perspectiva a respeito do todo. E é lá, vendo o quadro de cima que notamos todos os potenciais desperdiçados.
O médio pode nos tirar o bom. O bom pode nos tirar o excelente. E quando o nosso filtro está apenas ajustado para enxergar as perdas, não percebemos tudo o que poderíamos estar ganhando, crescendo, avançando, desenvolvendo e não estamos.
Perder X deixar de ganhar. Aparentemente uma pequena distinção, mas, uma que faz toda a diferença.
Um abraço,
Camila Carvalho
Coeducadora na Consense Educação para as relações