A trajetória da humanidade é cheia de histórias sobre conquistas. Muitas delas controversas, outras extremamente gratificantes, nossa história é feita conquista após conquista. Apesar disso, é fato que o modelo de mercado que construímos deixou de lado o teor realizador e gratificante de conquistar através da oferta daquilo que é bom e belo. Apelamos para a pura e simples retenção e ela, em muitos casos, não se sustenta.
Diversos exemplos e custos cada vez mais altos corroboram o que digo. De multinacionais à pequenas empresas, empurrar algo para um cliente desconhecido e ignorado foi passando para frente com o único e exclusivo objetivo de maximizar lucros e resultados. Naturalmente, isso promoveu, além dos problemas que são exaustivamente discutidos, a descrença de que a oferta do produto final de um trabalho pode ser fonte de realização e contribuição.
Mesmo assim, nota-se o surgimento de novas possibilidades de trabalho e negócios. Pessoas que entenderam a movimentação complexa pela qual passamos, percebem que é preciso reconquistar a confiança das pessoas quando o assunto é fazer negócios. Indústrias antes sólidas e mercados inteiros são colocados em xeque a partir do momento que o mundo espera mais verdade, responsabilidade e coerência.
Mesmo que de forma inconsciente e ainda embrionária, os fatos estão em todos os lados mostrando que a revolução que estamos vivendo está apenas começando: a execução de trabalhos e projetos que não podem mais ser apenas físicos, operacionais ou táticos, mas também conscienciosos.
E consciência tem a ver com visão de mundo, tem a ver com as lentes usadas para interpretar os fatos e os acontecimentos. A velha história do copo meio-cheio ou meio-vazio é real, afinal, tudo o que fazemos, falamos, sentimos e trabalhamos está diretamente ligado a como vemos a vida. Se falta ou se farta depende mais do nosso olhar do que unicamente das circunstâncias.
Consciência tem a ver com modificar o jeito de fazer a partir de modificar o jeito de olhar. Já no século XV, Maquiavel dizia que as ideias têm o poder de mudar as coisas. Porém, parece ser algo que tardamos em compreender. Mais do que mudar o trabalho, é preciso mudar o jeito de ver e fazer o trabalho.
Por exemplo, um vendedor pode ter as mesmas atividades operacionais de fazer ligações, atualizar planilhas, fazer relatórios e reportes ao seus pares e líderes. Ainda assim, pode trilhar duas jornadas – e por que não dizer duas carreiras – completamente diferentes a partir do como e do porquê faz cada uma destas tarefas.
Não estou dizendo que não há necessidade de ganho financeiro e de resultados quantitativos. Digo apenas que eles passam a se tornar o resultado de uma entrega mais profunda. Conquistas que importam e que fazem mais do que gerar resultados são aquelas que contribuem para um contexto e não apenas para algumas pessoas. Por isso, o olhar deve mudar e, em vez de direcionar-se às tarefas cotidianas, deve apontar para aquilo que toda conquista deveria promover: realização.
E o futuro aponta essa possibilidade: um amanhã onde as pessoas que fazem as empresas são realizadas pelo trabalho que ofertam e no qual clientes são fidelizados pela qualidade de entrega e de relacionamento criado com as pessoas e a instituição. A Consense busca insistentemente fazer parte dessa mudança. E você?
Anderson Siqueira