
Poucos admitem abertamente, mas muitos sentem em seu coração um certo tédio ao chegar em seu escritório: quando a empresa, resultado de anos de trabalho, estudo e sonho construídos se torna chata. E a “chatice”, neste caso, fica por conta dos inúmeros problemas para resolver, pessoas para administrar, clientes para lidar e metas para atingir.
Descobrir por que isso acontece não é um exercício fácil, mas pode ser fundamental para alcançar novas possibilidades.
O primeiro passo para se chegar a conclusões importantes e que ajudem a resolver a questão é assumir para si tal sentimento. De fato, está chato? Algo incomoda? Seja você um colaborador, um gestor ou um empresário, vale se fazer tais perguntas.
Após, é preciso parar e fazer um exercício de observação profunda e sistêmica. Não basta olhar para os problemas visíveis, mas para as suas causas e conexões possíveis. Acredite, procrastinar aquela auto-avaliação sincera e justa não vai ajudar em nada. Vale se perguntar: onde está a minha atenção quando acredito estar em um ambiente chato? Ou seja, qual é o meu foco? Quais causas não apenas construíram este cenário, mas também me levaram a vê-lo assim? Seria uma questão de olhar ou, de fato vivemos uma situação que precisa de ação específica?
Poucos percebem as causas da chatice na qual seus ambientes de trabalho se encontram. Poucos reparam nas sutilezas da ausência de relacionamentos saudáveis, de clientes satisfeitos, admiradores do trabalho, e resultados sustentáveis. Poucos se preocupam com a construção de uma reputação para o negócio, ampliando a percepção das pessoas envolvidas sobre o impacto que ele pode causar. Poucos admitem não fazer sequer o mínimo enquanto pensam no inalcançável sonho mirabolante.
E é exatamente nesse mundo de pouca observação e reflexão que as coisas ficam chatas, sem vida e acabam degradando aquele sonho ou promessa inicial, seja do novo emprego ou de empreender. O fazer se torna a única moeda de troca com o cliente, não existe mais sentimento e, muito menos, reflexão e conexão.
É a realização – e não a felicidade – que faz oposição à chatice na qual muitas empresas estão mergulhadas. E ela é, sem dúvida, resultado de reflexão profunda e ação efetiva naquilo que realmente importa para o negócio. Não se deixe levar pela chatice, reflita e aja agora mesmo.
Anderson Siqueira