Um dado para impressionar: 18.102.814. Este é o número de empresas abertas no Brasil atualmente, segundo o ministério da Economia. Só em 2021, mesmo em meio a pandemia, 2.437.508 foram abertas até agora. Índices que, de acordo com o governo, são os maiores desde o início da série histórica em 2010. Ponto para nós e nada de fracasso.
Porém, o caminho para sucesso não é assim tão fácil. Dados da agência SEBRAE levantados em 2020 informam que de cada dez negócios abertos, três não ultrapassam a marca dos cinco anos de existência. “Mas estamos no meio de uma catástrofe nunca vivida no nosso tempo, Camila! Deve ser por conta disso que as empresas estão fechando”.
Sim e não. Sabemos que a pandemia colocou muitos negócios em risco pela falta de vendas, mas em outubro de 2017, a pesquisa Demografia das Empresas realizada pelo IBGE afirmava que de cada dez empresas criadas no Brasil, seis fechavam as portas em menos de cinco anos. É algo para se analisar.
E foi o que fizemos. O foco da Consense esteve sempre nas pequenas e médias empresas que buscam a profissionalização e, nestes anos, já encontramos diversos tipos de empreendedores, negócios e histórias. Em nosso empenho de criar formas, métodos e ferramentas para ajudá-los, percebemos que, normalmente, podemos enquadrar a empresa, ou seu principal empreendedor, em uma das fases abaixo:
Número 1:“Minha empresa precisa dar certo”.
O início. Não significa necessariamente que a empresa é nova, mas que o empreendedor está se percebendo como tal há pouco tempo. Talvez tenha comprado um negócio, herdado uma empresa ou percebido que trabalhar sozinho não é mais uma opção viável. Então, vem o desafio: lidar com a nova realidade e ainda garantir os resultados. Esta é a fase de lutar diariamente para preservar o fluxo de caixa, manter os clientes comprando e ainda aprender a trabalhar com a pequena equipe que precisou ser contratada (e, algumas vezes, ela parece não estar muito do nosso lado.)
Número 2: “Minha empresa precisa crescer”.
Aqui estão os que perceberam que é necessário ser mais estratégico do que operacional. Manter o controle sobre tudo e sobre todos gera mais dificuldade e desgaste do que se imaginava. Os novos desafios surgem: os processos que precisam ser formalizados, os erros que geram retrabalho e improdutividade, a satisfação e fidelização dos clientes deve ser monitorada. É natural concluir que, nesta fase, às vezes tudo o que o empreendedor vê é uma espécie de tempestade organizacional, mas é preciso respirar fundo e se manter firme.
Número 3:“Minha empresa precisa estar pronta para o futuro”.
Enfim, a bonança, ou o começo dela. Quem está nessa fase já se consolidou em seu papel, mas sabe que existe muito mais pela frente. Aqui estão os excelentes profissionais que hoje não atuam fazendo mais aquilo que faziam operacionalmente no início do negócio, mas estão cuidando da equipe, de resultados e dos clientes de forma estratégica. É uma fase que demanda a criação de futuros líderes, organizar e educar as pessoas para novos desafios e papeis. Desafios de gente grande, por menor que seja o negócio.
Se você quiser saber mais sobre a jornada de maturidade de um negócio, produzimos um infográfico com informações fáceis para que possa localizar sua empresa, para acessar, clique aqui.
Quando esta classificação tomou forma, duas coisas ficaram claras para nós: a primeira delas é que, estas fases podem ocorrer ciclicamente diante dos contextos e desafios que um empreendedor e seu negócio enfrentam. A segunda é que, independente da fase, a necessidade de atenção, cuidado e intencionalidade é constante, pois todos estamos sujeitos ao fracasso se determinadas premissas do negócio não estiverem bem estabelecidas ou não sofrerem manutenções constantes.
Assim, decidimos trazer a nossa visão a respeito dos principais gargalos que colocam negócios e empresas entre os dados que apresentamos no início deste texto. Chegamos a 9 pontos. É importante ressaltar que, embora os tópicos estejam em formato de lista, não possuem nenhum tipo de priorização.
São eles:
- Desalinhamento entre sócios, artigo disponível aqui.
- Falta de paixão e propósito, artigo disponível aqui.
- Não ouvir o cliente, artigo disponível aqui.
- Falta de definições claras, aqui.
- Centralização e controle excessivo, aqui.
- Falta de planejamento adequado, aqui
- Esgotamento
- Não ter a equipe ideal
- Não aprender com os erros
Em 2018, criamos e publicamos uma série de artigos para debater o assunto. Porém, após 3 anos (que pareceram 30 com uma pandemia e tantas mudanças no cenário econômico e político do Brasil), o assunto pede por atualizações e aprofundamentos. A intenção, no entanto, se mantém a mesma: apoiar o pequeno e médio empresário que se sente perdido ou desanimado em sua luta diária. Se é o seu caso, fique tranquilo. Há luz no fim do túnel. Com ajustes e perseverança, o futuro será brilhante.
O primeiro artigo da série será publico em breve, aqui no Blog. Até lá, fica a reflexão: em qual fase está o seu negócio? Quais dos itens que podem gerar fracasso você vive ou já viveu? Reflita e se quiser, nos conte mais sobre você e sua empresa.
Um artigo que pode combinar com suas reflexões neste momento é nosso texto sobre como as estruturas de gestão apoiam o sucesso de uma empresa. Caso queira seguir, clique aqui.
Camila Carvalho é jornalista, especializada em gestão, cultura organizacional e liderança 4.0 e entusiasta da educação corporativa.